"Quais mistérios nos reservam as profundezas de matas e florestas afastadas? Será que criaturas misteriosas poderiam habitar esses locais aparentemente tranquilos e isolados?"
O Relato a seguir é sobre um desses locais aparentemente tranquilos!
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Isso aconteceu na metade de Janeiro de 2002, em um lugar que eu já tinha ido
três vezes antes, sempre no verão.
Era um acampamento no interior de São Paulo,
onde eu e mais duas amigas fomos.
Era o nosso segundo dia lá e eu e as
minhas amigas estávamos entediadas.
No ano anterior a Janaina, a Jéssica e eu
tínhamos encontrado uma trilha que dava a volta em um lago que tinha lá no meio
da floresta, e dava a volta nele, levando para o outro lado do lago, mas nós não
tivemos a oportunidade de explorar ela direito.
Durante um dos nossos
"recreios", nós três decidimos que já que era o nosso último ano em que íamos
para lá, já que estávamos na idade limite, era a nossa última chance de ver onde
a trilha que dava a volta no lago ia parar.
Nós fomos para o lago e
achamos um bando de garotos brincando com algumas canoas.
Ignorando eles nós
achamos a trilha e seguimos para o outro lado do lago.
Nós achamos que não tinha
mais ninguém naquele lado do lago, mas vimos um bando de garotas mais novas
saindo de uma trilha que entrava na floresta.
Nós perguntamos para elas
se tinha algo de interessante por lá.
Todas elas falaram que não, olharam para a
trilha, fizeram um tchau com a mão e foram embora.
Eu fiquei curiosa, assim como
a Janaina e a Jéssica, então seguimos a trilha.
Ela entrava um pouco na
floresta e ia parar em uma espécie de playground.
Tinha um balanço, uma
gangorra, um gira-gira e uma rede que subia até uma plataforma.
Nós bagunçamos
por lá um pouco e tiramos fotos uma das outras.
Todas nós subimos na
plataforma e tiramos algumas fotos de lá de cima, e depois eu e a Jéssica
descemos, deixando a Janaina lá em cima (ela estava com dificuldade para descer,
porque não queria pisar em nenhuma teia de aranha).
Enquanto estávamos no chão
esperando ela descer, começamos a ouvir umas coisas estranhas.
Primeiro eu ouvi, passos
na floresta. Dois passos então parava, então mais dois e então parava de novo.
Depois a Jéssica ouviu.
Nós falamos para a Janaina descer mais depressa.
Ela desceu e então veio pra junto de nós.
Nós ficamos paradas em silêncio por
algum tempo, então nós ouvimos de novo.
Dois passos e silêncio.
Eu estava me
virando tentando ver de onde vinha, porque parecia estar tão perto, mas não
tinha nada lá, nenhum passarinho, nenhum bichinho, nenhuma pessoa,
nada.
Nós saímos de lá bem rápido e voltamos para a clareira que
circulava o lago.
Para mim já tinha sido aventura demais para um dia, mas a
Janaina e a Jéssica estavam se sentindo aventureiras.
Não tinha mais
ninguém no lago, então eu achei que as pessoas já estavam voltando para o
almoço.
Eu falei para elas que talvez devíamos voltar para o almoço também (eu
já estava começando a me sentir um pouco e pânico), mas as duas queriam
continuar.
Nós encontramos uma outra trilha que entrava em uma outra parte da
floresta, e para mais longe do acampamento, e nós começamos a seguir ela. Eu
realmente não estava com uma boa impressão dessa trilha. Quanto mais entrávamos
na floresta, pior era a sensação.
Nós seguimos até achar uma pilha de
sacos de lixo preto empilhados em um lado da trilha.
Nós fizemos algumas
piadinhas bestas e rimos um pouco nervosas, enquanto contornávamos eles e
continuávamos seguindo a trilha.
Nós chegamos em uma pequena clareira, e ali nós
vimos algo bem estranho.
Do lado direito da clareira tinham três grandes gaiolas
na forma de uma meia bola.
É o único jeito que dá para descrever aquilo. Nós
ficamos ali paradas olhando para aquilo, e até tiramos fotos.
Eu estava ficando
nervosa e já estava quase implorando para a Janaina e para a Jéssica para a
gente voltar para o acampamento.
Elas finalmente cederam e viramos para voltar
para a trilha.
Quando estávamos saindo da clareira nós passamos por uma árvore
que tinha chamado a minha atenção mais cedo.
Eu tinha sentido um medo
incontrolável quando tinha passado por baixo dela.
Dessa vez eu senti uma
vontade incontrolável de olhar para cima enquanto passávamos por baixo dela.
Eu
me arrependo até hoje de ter olhado, porque eu vi um homem lá em cima.
Ele estava lá só por alguns
segundos, mas eu posso lembrar quase que completamente dele.
Ele estava vestindo
uma blusa vermelha e jeans azul escuro.
Ele tinha o cabelo bem curto e estava
olhando para nós com um sorriso bem ameaçador.
Eu agarrei o braço da Janaina bem
forte e falei "tem alguma coisa ali em cima." Ela respondeu "acho melhor a gente
ir embora daqui!"
Então nós corremos feito três condenadas e chegamos no
lago já sem fôlego nenhum.
Eu estava pronta para voltar para o acampamento
quando a Jéssica notou que tinha uma bifurcação na trilha que tínhamos acabado
de sair.
Eu já estava tremendo e realmente não queria ir, mas elas queriam.
Eu
fui na frente, não queria ficar atrás delas, e então seguimos a trilha.
Essa
trilha era bem longa, e nos levou para mais longe ainda do acampamento, para...
bem, não tínhamos idéia para onde estava nos levando. Eu ainda estava tendo
calafrios e sensações muito ruins.
Depois de um tempo de nos aprofundar
cada vez mais na floresta, nós começamos a ouvir risadas.
A Janaina achou que
estávamos ouvindo o pessoal no acampamento, mas isso não parecia estar certo.
Nós estávamos bem longe, estávamos andando já fazia um bom tempo na direção
oposta do acampamento.
Nós estávamos bem longe de onde alguém estaria. E era
risada de crianças, não de adolescentes.
FINALMENTE a Janaina e a Jéssica
decidiram que ia ser melhor se voltássemos para o acampamento para o almoço.
Eu
fiquei tão aliviada de sair da floresta.
Eu não falei para elas o que eu
tinha visto na árvore até um bom tempo depois.
E muito depois, meses depois ,eu
conversei com a Jéssica sobre as risadas que nós ouvimos e nós decidimos que
realmente deve haver alguma coisa misteriosa do outro lado do lago daquele acampamento.
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Rebeca
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